"coesão textual" escrito com colagem de letras em um fundo azul.

Coesão Textual: Entenda o Conceito, Recursos e Como Aplicá-la na Prática

Neste post eu exploro o que é coesão textual, os recursos linguísticos que a sustentam e o paralelismo gramatical como ferramenta coesão. Confira!

A coesão textual é um dos pilares fundamentais de um texto bem escrito. Ela garante que as ideias se conectem de forma lógica e fluida, facilitando a compreensão do leitor. Neste post, vamos explorar o que é coesão textual, os recursos linguísticos que a sustentam e o paralelismo gramatical como ferramenta de coesão.

O que é coesão textual

Imagine que um texto é como uma ponte. Para que ela seja segura e funcione bem, todas as partes precisam estar conectadas: as vigas, os cabos e as colunas devem trabalhar juntos. No mundo da escrita, essa “ligação” é chamada de coesão textual. Sem ela, as ideias ficam soltas, como se fossem pedaços de uma ponte que não se encaixam, e o leitor pode se perder no caminho.

A coesão textual é o “cola-tudo” das palavras, frases e parágrafos. Ela garante que uma ideia leve naturalmente à outra, criando um fluxo que guia o leitor do início ao fim. Pense nela como o maestro de uma orquestra: cada instrumento (ou palavra) tem um papel, mas é o maestro que garante que tudo se harmonize.

Quer um exemplo simples? Olhe para este trecho:

“Joana acordou cedo porque precisava ir ao mercado. Lá, comprou frutas frescas para o café da manhã. Com elas, preparou uma deliciosa salada de frutas, que serviu para sua família.”

Note como as ideias estão conectadas por palavras e expressões como “porque”, “lá” e “com elas”. Esses elementos funcionam como pontes que ligam as frases, criando um texto coeso e fácil de entender. Isso é coesão textual em ação!

Recursos linguísticos de coesão textual

Para construir um texto coeso, precisamos de ferramentas. No universo da escrita, essas ferramentas são os recursos linguísticos de coesão textual. Eles funcionam como os tijolos e a argamassa que mantêm as ideias bem estruturadas e firmes, evitando que o texto se torne fragmentado ou confuso.

Nos próximos tópicos, vamos explorar os principais recursos linguísticos que tornam um texto coeso, como referenciação, substituição, elipse, conjunção e o uso do léxico. Cada um tem um papel importante para garantir que suas ideias sejam transmitidas com clareza e precisão.

Referenciação

A referenciação é como o GPS de um texto: ela indica a direção e garante que o leitor saiba de quem ou do que estamos falando. Esse recurso ajuda a evitar repetições desnecessárias e mantém o texto mais dinâmico e fluido.

Existem dois tipos principais de referenciação: a anáfora e a catáfora. Ambas têm a ver com como as palavras se referem a outras partes do texto, mas operam de maneiras diferentes.

Anáfora

A anáfora é quando uma palavra ou expressão faz referência a algo que já foi mencionado antes no texto. É como um retorno ao passado, conectando ideias previamente apresentadas. Veja este exemplo:

“Ana comprou um livro novo. Ela está muito animada para começar a leitura.”

Aqui, o pronome “ela” se refere a “Ana”, conectando as frases de forma clara e econômica.

Catáfora

Já a catáfora faz o movimento inverso: ela aponta para algo que será mencionado mais à frente. É como criar uma expectativa, levando o leitor a descobrir o que virá. Por exemplo:

“Ela estava radiante: Ana tinha acabado de receber uma ótima notícia.”

Nesse caso, “ela” antecipa a menção a “Ana”, mantendo a coesão e criando um suspense leve no texto.

A referenciação, seja anafórica ou catafórica, é um recurso poderoso para manter o texto fluido e interessante. Usá-la de forma estratégica pode transformar sua escrita em uma experiência mais envolvente para o leitor.

Substituição

A substituição é como um figurante no texto: ela entra em cena para evitar que um termo seja repetido várias vezes, mantendo o texto elegante e fluido. Esse recurso permite que uma palavra ou expressão seja substituída por outra que tenha o mesmo significado, mas sem sacrificar a clareza.

Por exemplo:

“O professor explicou o conceito com paciência. O educador respondeu a todas as perguntas dos alunos.”

Aqui, “o educador” foi usado para substituir “o professor”. Isso evita a repetição, mas mantém o significado intacto, garantindo que o leitor entenda perfeitamente a quem o texto se refere.

Outro exemplo simples seria:

“Comprei um livro ontem. O mesmo foi indicado por um amigo.”

Nesse caso, “o mesmo” substitui “o livro”, criando uma ligação entre as frases sem repetir o termo principal.

A substituição é especialmente útil para textos longos, onde repetições excessivas podem cansar o leitor. No entanto, é importante usá-la com cuidado para não gerar ambiguidade ou confusão. Certifique-se de que o substituto seja claro e tenha um contexto bem definido dentro do texto.

Elipse

A elipse é o recurso linguístico que consiste em omitir um termo ou expressão já conhecido pelo contexto, sem comprometer a clareza do texto. Ela evita repetições e torna o discurso mais fluido.

Por exemplo:

”Maria comprou maçãs, João, bananas.”

Embora o verbo “comprou” não apareça na segunda parte, ele está implícito, pois o contexto já deixa claro a ação de João.

A elipse funciona bem quando a informação ausente pode ser facilmente deduzida pelo leitor, contribuindo para um texto mais conciso e elegante.

Conjunção

As conjunções são palavras que conectam orações e estabelecem relações de sentido entre elas, ajudando a organizar e estruturar o texto de forma mais clara. Elas podem indicar diferentes tipos de relações:

  • Adição: “e”, “além disso”, “também” (ex.: “Estudei a matéria e fiz exercícios.”)
  • Causa: “porque”, “visto que”, “pois” (ex.: “Ele faltou, pois estava doente.”)
  • Conclusão: “portanto”, “logo”, “assim” (ex.: “Estudei bastante, portanto estou preparado.”)
  • Contraste: “mas”, “porém”, “entretanto” (ex.: “Gosto de sorvete, mas prefiro bolo.”)
  • Condição: “se”, “caso”, “contanto que” (ex.: “Se chover, ficaremos em casa.”)

O uso apropriado das conjunções ajuda a criar conexões lógicas entre as ideias, proporcionando mais clareza e fluidez ao texto. São essenciais para orientar o leitor e evitar ambiguidades na interpretação das informações.

Léxico

O uso do léxico refere-se à escolha e repetição de palavras relacionadas ao tema do texto. Manter um campo semântico consistente evita confusões e reforça a coesão.

Por exemplo:

“O escritor revisou o conto. A história precisava de ajustes no enredo.”

“Conto”, “história” e “enredo” pertencem ao mesmo campo semântico, mantendo a unidade do texto.

Paralelismo gramatical como ferramenta de coesão textual

O que é paralelismo gramatical?

O paralelismo gramatical ocorre quando há uma repetição de estruturas semelhantes em uma frase ou parágrafo, criando harmonia e facilitando a compreensão. Essa repetição pode ser vista na forma de verbos, substantivos ou construções sintáticas.

Por exemplo:

“Ela gosta de ler, escrever e pintar.”

A sequência de verbos no infinitivo mantém a uniformidade, tornando a frase mais clara e elegante.

Paralelismo sintático e morfológico

  • Paralelismo sintático: Ocorre quando há repetição de estruturas sintáticas semelhantes, como em: “Ela comprou frutas, legumes e verduras.”
  • Paralelismo morfológico: Relaciona-se com a repetição de classes gramaticais, como em: “Ele era rápido, ágil e forte.”

O uso correto do paralelismo gramatical contribui para uma escrita mais fluida e coerente, além de evitar desequilíbrios na construção textual.

Conclusão

A coesão textual é fundamental para garantir que um texto seja claro, lógico e fluido, facilitando a compreensão do leitor. Utilizando os recursos linguísticos adequados, como referenciação, substituição, elipse, conjunção e léxico, é possível criar um texto bem estruturado, que guia o leitor sem interrupções ou confusão. Além disso, o paralelismo gramatical é uma ferramenta poderosa para melhorar a harmonia e a fluidez do discurso.

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Felipe Madruga
Felipe Madruga

Redator publicitário, roteirista e preparador de textos. Meu trabalho é ajudar pessoas e empresas a alcançarem seus objetivos por meio da escrita.

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